NÃO

Sunday, February 23, 2014

Não tem porquê:
Sozinho assim também me faz bem
Melhor
Faz mais bem do que com alguém.
Assim me dá tempo de chorar
Espaço pra não ter que falar
Silêncio pra brincar de escutar
Bom dia que não vem de ninguém.

Tenta se ouvir:
Cada um se explica com seu querer
Melhor
Com o que se escolhe esquecer.
Olha, um-mais-um tem sempre  um porém -
De falta ninguém mais vive sem
E se tudo às vezes sempre vai bem
O bem logo para de acontecer.

Ah! Pensa bem
Se é assim que você quer,
Me amar, um mal-me-quer,
De novo.

Ah! Por favor
Nem para pra sentar
Sai por onde a vi entrar
De novo.

Ah! Peraí
Que falta despedir
Do que eu ia sentir
De novo.

Ah! Quanta dor
Que falta faz o amor
Que falta faz o amor
Que falta faz o amor.

SESSÃO DAS 11

Tuesday, October 23, 2012


Confesso meu pecado e a tua sina
Nascemos sem qualquer pudor nem brio:
Despidos, vira a cama passarela,
Ali, ao pé da janela,
Nosso amor, o mundo viu.

Te peço, não renegue a circunstância
Da errância que levou nossa atenção:
A pele que esquentou rapidamente
Boca assopra e de repente
Sopro virou turbilhão.

A nova se espalhou rapidamente -
"Senhoras e senhores, venham ver!
O melhor espetáculo do mundo
Que te faz suspirar fundo,
E de anseio estremecer."


Agora toda noite vem platéia
Acompanhar a trama ao vivo e em cor
A cada “uh” que largas, a audiência
Solta um “ah” de reverência:
“Esse show é um primor!”

CANTIGA DE NINAR AMOR NERVOSO

Saturday, March 31, 2012

Pretendo revelar pra ela em breve
O amor que escondo de seu entendimento
Estou arquitetando as circustâncias
Sufocando as minhas instâncias
Em caixinhas de cimento.

É bem difícil ter a paz em mente
Quando se tem o coração pinel
Discreto, eu penso em ser paciente
Mas o peito é insolente
Ama e faz um escarcéu.

(Aquieta, sentimento turbulento
Não posso tremer tanto e sem parar,
A goma no cabelo é resitente
Mas a suada é corrente
Pinga na flor que eu vou dar.)

Se tudo ocorrer como vislumbro
Minha vida de suspiros chega ao fim
Eu largo esse sopro tão sofrido
E à noite, o bafo ouvido
É o arfar de amá-la em mim.

ACIDENTAL

Thursday, November 24, 2011

Escrevi.
Dois ou três versinhos
Pra lembrar-me de quem sou.

Não deu.

Na tentativa, no entanto,
No acaso, não sei bem
Eis que surge um velho encanto
Digo, novo... não sei bem.
Velhos versos, peito em prosa
Nova a forma do meu bem
Velha a febre e a pele rosa
Novas letras que eu sei bem.
Ah! E acho que amo!

Não queria, juro, dar-te amor assim, mal embrulhado.

Toma, leva
Dois ou três versinhos
Pra lembrar-se de quem sou.
Amanhã eu volto, espera,
Preparado, decorado
Com mais versos na lapela.
Meu nome anunciado pelo vento
Que adentra, remelento,
Na manhã da tua janela.

POP

Tuesday, March 29, 2011

I want to blur your sight with the fume of my sighs

Essa língua me encrespa a boca. À princípio achei que tinha futuro, já que o inglês é molenga, macio; meu inglês sóbrio me lembra o meu português ébrio. Mas não.

Calm your breath and pace your patience

Não.

Aqui eu me sinto um pouco manco da boca. Coxo da língua. E pra piorar, torci o pé.

Tie your thighs around my words

Me… ncomplete.

Logo mais vou sair voando. Explico:

“As ideias são feitas de ar quente e vapor.”

Cada vez que tomo ar pra expressar o que me passa na cabeça e o inglês não se encarrega do transporte, fico mudo, ar suspenso, represado dentro de mim.

Vou subir feito balão que o vento leva, puxa, gira, lambe leve até que -

203

Tuesday, March 15, 2011

Só mais uma brisa leve
Que não sopra, nem abala
Só mais uma água rala
Que não limpa e nunca ferve.

Serve para um por enquanto
É o que cabe por agora
Chiste, pra passar a hora
Feito pra chamar de encanto.

Talvez no marasmo nosso
Bem no fundo, oculto, eu posso
Encontrar algo que preste.

Caso isso não aconteça
Talvez eu desapareça;
Eu e a falta que me veste.

ACALMACALMARIA

Monday, February 21, 2011

Cabe e sobra aqui na palma
A paz da minha alma
A calma acalmaria não.
O peito empunha essa tormenta
A dor que impacienta
Acalma; a calmaria não.

 
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